terça-feira, 11 de maio de 2010

BILE


Os últimos anos de sua vida já prenunciavam a sua partida. Não podia fazer o que mais gostava. Andar pelas ruas de da cidade. Distribuir carinho e solidariedade em cada pedaço do caminho. Professar sua fé espontaneamente pelas Igrejas que amava. Sua única viagem, uma visistação religiosa resultou na sua queda. Daí um martírio sem fim e sem queixas. Somente a resignação dos que tem fé. Para os irmãos mais velhos, uma irmã de verdade. Para todos irmãos foi mãe. O porto seguro, a mão erguida sempre e a voz quase rouca que nunca sabia dizer não. Foi uma lição singeleza. O seu trabalho foi o mais simples. Deu dimensão e humanidade ao ofício modesto de servente de grupo escolar, distribuindo silenciosamente carinho aos meninos de pés descalços e a meninos de pés não tão descalços.
Viveu para os seus santos, sua Igreja e seus pobres, transformados com em irmãos.
Viveu em silêncio. Discreta, tímida e partiu da mesma maneira, quase sem dizer adeus. Foi-se parte da nossa história. Partiu como um passarinho solitário, rumo ao infinito. Com certeza continuará zelando por nós, principalmente seus irmãos, que fazem do Natal uma data mais solitária ainda.


Antonio Calixto – alegriense, filho de Ayub e Nagib, irmão de Jamile, Zeca, Pedro, João, Abrão e Maria Inêz.


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