sábado, 28 de agosto de 2010

REFLEXÃO DE RICARDO ALVAREZ




1) Você acha que política não lhe diz respeito?

2) Você acha que a melhor saída para combater a corrupção na politica é se afastar dela?

3) Você acha que todos são iguais e ninguém presta?

Vejamos...

1) Os latifundiários, banqueiros, empreiteiros, as grandes multinacionais, os principais veículos de comunicação, dentre outros economicamente muito poderosos, dedicam minuciosa atenção a quem apoiar e doam vultosos recursos para suas campanhas. Eles prestam muita atenção nas eleições.
»Reflita sobre seu voto e desconfie de campanhas eleitorais caras.
2) A cada dia novas notícias sobre corrupção no país, impunidade e privilégios. As pessoas se cansam e se distanciam das eleições e da política em geral, quando deveriam fazer exatamente o contrário: se dedicar ao assunto e escolher melhor.
»Voto desinteressado é "cheque em branco" aos mal intencionados.
3) Generalizar sobre as intenções das pessoas é reduzir as coisas. O problema da corrupção é político e não de caráter. A verdadeira reforma que este país precisa é a eleitoral, para criar igualdades na disputa entre os diferentes projetos para o país.
»Os grandes doadores abastecem sempre o mesmo projeto: aquele que não mexe com seus interesses.
Será que interessa aos mais poderosos que parte da população não se preocupe com política, e assim eles têm mais controle sobre as eleições e seus resultados?


terça-feira, 17 de agosto de 2010

UMA BOA BRISA

Era um tempo ardente de paixão ardente. Estagiário de um Escritório de Advocacia, não tive dúvida. Fui ao seu encontro. Logo ali, no Rio de Janeiro. Apenas para vê-la. Lembro-me da aterrissagem no aeroporto “Santos Dumont”, no Rio. Da janela do avião procurei seu rosto na multidão. Divisei você com um lenço branco no cabelo, uma imagem que marcou os meus vôos para qualquer lugar que fosse. Sempre procuro na multidão aquela garota imatura como eu, a espera de alguém que não oferecia presente e menos ainda futuro. Apenas ardência genuína e verdadeira de viver um momento real. Como foi bom a busca daquele encontro, o primeiro Hotelzinho, que não sei onde fica. Não tenho memória para identificar lugares. Até hoje me perco na minha própria cidade. A minha máquina não conseguiu registrar a sublimidade daquele encontro. Encontramos um amigo na Zona Norte, de nome Jerônimo. Fiquei tão bravo com sua prima, que disse que era velho, e que teria 38 anos, de nome Janete, que passei a “odiar” por toda vida, pela observação infeliz. Mal tinha chegado nos 28 anos e o ano era 1.973. Apesar de quase trinta o meu comportamento era de adolescente medroso, que mal sabia disfarçar o seu medo de tudo. Inseguro, caipira, acredito que tenha sido minha primeira visita a Cidade Maravilhosa. Até naquele mundo estranho, ela e eu, continuava o menino assustado de cidade pequena, que ainda não havia despertado para vida. Era sozinho, independente, porque tanto drama, para o encontro mais importante de minha vida. Nem o encontro com Fidel em Cuba ou no apartamento do Brizola marcou tanto a minha vida. Naquele hotelzinho, um pouco desconfortável para os padrões de hoje, onde entramos carregados de temor, sem razão, talvez tenha sido o melhor momento inconsciente de minha vida. Jamais consegui esquecer aquela fita nos cabelos, da janelinha do avião, no aeroporto, em meio a multidão. Infelizes , àqueles que racionalizam a vida e os momentos de emoção, e não experimentam mesmo sem saber, o sabor da palavra felicidade. Redescubro você, após suas longas e injustificáveis fugas e desaparecimentos. E com razão, porque vai vivendo sua vida, crescendo, distribuindo aquela solidariedade discreta, por onde passa. Não esqueci o momento. Guardei para sempre tudo que vivemos. As fugas, os medos, o parque do Morro, a rua Clélia, o único carnaval de minha vida, onde fui colocado para dentro do clube por um político. E o Gordini, lembra-se. Nada pode destruir uma história verdadeira e o tempo vivido. Integra um pouco do que somos e nos lembra que dos verdadeiros valores válidos do mundo, a ternura é a que realmente existe, diria Saint-Exupèry.


Antoniocalixto@aasp.org.br – 17.08.10

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

É PRÁ VOCÊ

É prá você
Meu sonho melhor
Meu pensamento
Meu tempo
Minha paz
Minha ventania
Meu coração
Minha ternura
Minha emoção
Minha alegria
Meu passado
Meu presente

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

OS SOBREVIVENTES


Encontrei um colega de trabalho nos corredores. Na quinta passada comemorávamos com boas risadas o seu aniversário. No sábado um acidente fatal ceifou a vida de seu pai, com menos de 50 anos, e por sorte, sua mãe sobreviveu. Os parentes que se foram precocemente, os amigos que se foram sem despedidas e mais algumas surpresas que sempre o amanhã nos reserva, leva-me mais uma vez a pensar na transitoriedade da vida. É importante planejar o presente, se possível, o futuro, para que o amanhã não seja tão cruel. Mas é possível planejar diante da surpresa do acaso, da fatalidade? Às vezes queremos o melhor para os nossos entes queridos, e não raro, proferimos discursos como proceder, qual o caminho a trilhar, como agir na preparação do futuro. Antes, pensava em uma profissão para meu filho, onde pudesse sobreviver no mercado de trabalho e em ambiente tão competitivo, que cobra duramente das pessoas o sucesso quase a qualquer preço. De repente, verifico que os meus aconselhamentos, as minhas reflexões acabam por ajudar a formar sua personalidade, principalmente o conceito de solidariedade e fraternidade e ética no trabalho, com os próximos e um enorme respeito ao mais carente. Quanto mais fraco e frágil for uma pessoa, maior deve ser o respeito e a solidariedade. Não ocupar uma posição de superioridade, mesmo nas coisas mais banais, hoje tão complexas como o trânsito nas cidades. Tudo que idealizei, pensei, tornou-se pequeno diante da magnitude dos sonhos. Penso, hoje que meu filho, já pai de uma bela neta, seguiu o seu próprio caminho graças a Deus. Quero apenas que seja um bom cidadão. É o suficiente. Descubro tardiamente que é impossível interferir no horizonte do outro, quando nós mesmos somos sobrevivente de uma selva fria, cada vez mais indiferente ao sofrimento alheio. Não somos donos do próprio destino e da vida. Um simples sopro do vento nos retira de circulação e nos leva para outras paragens. Um mero acidente em nosso frágil corpo deixa-nos prostrados pelo resto da vida. Tento evitar a ansiedade, o sofrimento antecipado e viver um dia de cada vez, sem sonhar em demasia. Os meus sonhos nunca tiveram muito de pessoal, mas de defesa do interesse coletivo, da solidariede. Não deixo de sofrer com as enormes desigualdades existentes. Não depende de mim, não sou indiferente e pretendo permanecer assim. Não depende de nós, como diria uma música já perdida no tempo. Tento ser um sobrevivente, sem perder o ânimo, a fagulha de vida e viver o tempo sem dimensão. Quero apenas rir o riso solto, sem angústia e ansiedade. Somente as relações humanas é o capital importante somado durante os anos de vida. Àquela pessoa, que você não se recorda bem, chamando-o pelo nome e algumas vezes lembrando de algo em comum vivido. É o que vale. O resto é bobagem. Fiz arrolamentos, inventários e pessoas que viveram para acumular bens materiais e restou um pequeno documento amarelado, atestando o fim. Cada dia que nasce o sol e que o dia brilha estamos realmente vivendo e nada melhor do que a cada dia cultivar o poder da gentileza e emitir uma boa palavra. Rir do nada, rir sem razão do silêncio e da vida, porque somos apenas meros sobreviventes de um mundo em ebulição, que ignora os pequenos grãos de areia que ainda somos.

antoniocalixto@aasp.org.br - Ribeirão Preto, 13.08.10

terça-feira, 10 de agosto de 2010

NAQUELA ESCADA

Naquela universidade
Que me trazia dor e nenhuma saudade
Encontro em cada noite àquela escada
Ficava no canto todo tímido
Vendo você passar

Quando te vi a primeira vez
Foi de passagem
Num sala de visita
Meu coração ficou indelevelmente preso
Aquela criatura
De vestido de quadriculado
Parecia uma aluna de colégio de freiras
Sandálias brancas
Um sorriso tímido que transparecia o
Espírito límpido e que me habitou para sempre
Naquela escada, a timidez e a espera para brevidade de te ver
Alguns minutos apenas de passagem.
Uma passagem que durou para sempre
Acompanhou a minha vida
Impregnou os meus sentidos
Libertou-me das minhas prisões
Atravessei montanhas
Sofri a decepções do mundo
De amores que não eram amores
Na travessia e pontes que lancei
Caminho com ao seu lado para sempre
Impregnado por um tempo distante e presente
De todas as pelejas, o sentido da vida



antoniocalixto@aasp.org.br- Rib. Preto, 10/08/10

domingo, 8 de agosto de 2010

COMANDANTE FIDEL CASTRO

Presos Políticos do Império MIAMI 5



Só TEXTO / Assinatura jornal impreso
CUBANossa AméricaINTERNACIONAISCULTURAESPORTES TURISMOECONOMIACIÊNCIA E TECNOLOGIA
COMUNIQUE-SE COM OSCINCO HEROIS
REFLEXÕES DO FIDEL
OPINIÃO
OPINIÃO GRÁFICA
ESPECIAIS DE GI• Hasta la Victoria SiemprePágina da Web sobre Ernesto Che Guevara(Somente em espanhol) • Clube dos 120 anos
CORREIO DOS LEITORESavuelta@granmai.cip.cuLIGAçÕES PARA CUBA









C U B A
Havana. 10 de Maio, de 2010
Reflexões do companheiro FidelA tirania odiosa imposta ao mundo
(Extraído de CubaDebate)
NOSSA época é caracterizada por um fato que não tem precedentes: a ameaça à sobrevivência da espécie humana imposta pelo imperialismo ao mundo.
A dolorosa realidade não deveria surpreender ninguém. Aproximava-se a passos acelerados nas últimas décadas, a um ritmo difícil de imaginar.
Isso significa que Obama é responsável ou promotor dessa ameaça? Não! Demonstra simplesmente que ignora a realidade e não deseja nem poderia ultrapassá-la. Ou melhor, sonha coisas irreais em um mundo irreal. “Idéias sem palavras, palavras sem sentido”, como expressou um poeta brilhante.
Ainda que o escritor norte-americano Gay Talese, considerado um dos principais representantes do novo jornalismo garantisse, em 5 de maio –segundo informa uma agência de notícias européia– que Barack Obama encarnava a melhor história dos Estados Unidos no último século, no que poderíamos concordar em alguns aspectos, em nada altera a realidade objetiva do destino humano.
Geram-se acontecimentos como o desastre ecológico que acaba de se produzir no Golfo do México, que demonstram quão pouco podem os governos contra aqueles que controlam o capital, que tanto nos Estados Unidos como na Europa são, através da economia em nosso planeta globalizado, os que decidem o destino dos povos. Tomemos como exemplo as medidas que partem do próprio Congresso dos Estados Unidos, publicadas pela mídia mais influente desse país e da Europa, tal como foram divulgadas na internet, sem alterar uma palavra.
“Rádio e TV Martí mentem ao difundir informações sem fundamento, reconhece um relatório da Comissão das Relações Exteriores do Senado norte-americano que recomenda que ambas as estações sejam retiradas definitivamente de Miami e relocalizadas em Washington para se integrarem ‘plenamente’ ao aparelho de propaganda da Voz da América.
“Além de enganar o público” […] “ambas as emissoras usam ‘uma linguagem ofensiva e incendiária’ que as desqualifica.
“Após 18 anos Rádio e TV Martí falharam ‘em penetrar de maneira sensível na sociedade cubana ou influenciar o governo cubano’…”
“O relatório divulgado nesta segunda-feira recomenda fundir o Escritório de Transmissões para Cuba (OCB) – por suas siglas em inglês – com a Voz da América, a rádio oficial de propaganda do governo dos Estados Unidos.
“‘Problemas com o respeito das normas jornalísticas tradicionais, uma audiência minúscula, interferências radiais por parte do Governo cubano, e alegações de nepotismo e compadrio afetaram o programa desde o começo’, reconhece a Comissão presidida pelo Senador democrata John Kerry.”
“O comitê recomenda tirar urgentemente ambas as estações de Miami, sublinhando a necessidade de contratar de maneira mais equilibrada o pessoal para conseguir um ‘produto’ despolitizado e profissional, valoram os senadores.
“O relatório Kerry faz referência a Alberto Mascaró, sobrinho da esposa de Pedro Roig, diretor-geral da Rádio e TV Martí, que foi contratado – graças a seu parente– como diretor do serviço latino-americano da Voz da América.
“O documento assinala pormenorizadamente que em fevereiro de 2007, o ex-diretor da programação de TV Martí, ‘juntamente com um parente de um membro do Congresso’ confessou sua culpabilidade em uma corte federal, por ter recebido aproximadamente US$ 112 000 em comissões ilegais de parte de um empreiteiro da OCB. O ex-empregado da OCB foi sentenciado a 27 meses no cárcere e a pagar uma multa de US$ 5.000, por ter se apoderado de ‘50 por cento de todo o dinheiro pago pela TV Martí para a produção de programas pela firma Perfect Image’.”
Até aqui o artigo de Jean Guy Allard, publicado no site da Telesur.
Outro artigo, dos professores norte-americanos Paul Drain e Michele Barry, da Universidade de Stanford (Califórnia), reproduzido no síte Rebelião, informa:
“O bloqueio comercial norte-americano contra Cuba, promulgado depois que a revolução de Fidel Castro derrubasse o regime de Batista, alcança seus 50 anos em 2010. Seu objetivo explícito consistiu em ajudar o povo cubano a alcançar a democracia, mas um relatório de 2009 do Senado dos EEUU concluiu que ‘o bloqueio unilateral contra Cuba fracassou’.”
“…Apesar do bloqueio, Cuba obteve melhores avanços sanitários do que a maior parte dos países latino-americanos, comparáveis aos da maioria dos países desenvolvidos. Cuba tem a esperança média de vida mais alta (78,6 anos) e a maior densidade de médicos per capita, 59 médicos por 10.000 habitantes, bem como as taxas mais baixas de mortalidade em menores de um ano (5,0 em cada 1.000 crianças nascidas vivas), e de mortalidade infantil (7,0 a cada 1.000 crianças nascidas vivas) entre os 33 países latino-americanos e do Caribe.
“Em 2006, o governo cubano destinou US$ 355 per capita para a saúde” […] “O custo sanitário anual destinado a um cidadão dos EEUU foi nesse mesmo ano de 6 714 dólares […] Cuba também destinou menos fundos para a saúde do que a maioria dos países europeus. Porém, os baixos custos em cuidados sanitários não explicam os sucessos de Cuba, que poderiam ser atribuídos ao maior esforço na prevenção da doenças e aos cuidados sanitários primários que a Ilha esteve cultivando durante o bloqueio comercial norte-americano.
“Cuba possui um dos sistemas de cuidados sanitários primários preventivos mais avançados do mundo. Mediante a educação da população na prevenção da doença e na promoção da saúde, os cubanos dependem menos dos produtos médicos para manter sadia a população. O contrário acontece nos EUA, que dependem enormemente de provisões médicas e tecnologias para manter sadia a população, mas a um custo econômico bem elevado.”
“Cuba tem as taxas mais altas do mundo de vacinação e de partos atendidos por trabalhadores sanitários experientes. Os cuidados assistenciais dispensados nos consultórios, nas policlínicas e nos maiores hospitais regionais e nacionais são gratuitos para os pacientes…”
“Em março de 2010, o Congresso dos Estados Unidos da América apresentou um projeto de lei para fortalecer sistemas sanitários e alargar o envio de trabalhadores sanitários experientes a países em vias de desenvolvimento” […] “Cuba também continua enviando médicos a trabalhar em alguns dos países mais pobres do planeta, uma prática que se iniciou em 1961.”
“Na frente norte-americana interior, dado o recente impulso de apóio a uma reforma sanitária, existem oportunidades para aprender de Cuba válidas lições sobre como desenvolver um sistema sanitário verdadeiramente universal, que ponha ênfase nos cuidados primários. A adoção de algumas das políticas sanitárias mais bem-sucedidas de Cuba poderia ser o primeiro passo rumo a uma normalização das relações. O Congresso poderia encarregar o Instituto de Medicina que estudasse os sucessos do sistema sanitário cubano e a forma de iniciar uma nova era de cooperação entre os cientistas norte-americanos e cubanos.”
Por sua vez, o portal de notícias Tribuna Latina publicou recentemente um artigo sobre a nova Lei de Imigração em Arizona:
“Em conformidade com uma sondagem que publicam a cadeia CBS e o jornal ‘The New York Times’, 51% considera que a lei é o enfoque adequado relativamente à imigração enquanto 9% considera que se deveria ir ainda mais longe nesta matéria. Frente a eles, 36% considera que no Arizona foi-se ‘longe demais’.”
“…dois em cada três republicanos apóiam a medida” […] “ao passo que apenas 38% dos democratas se mostra em favor da lei…”
“Por outro lado, um em cada dois reconhece que é ‘bem provável’ que em conseqüência desta norma sejam apreendidas ‘pessoas de determinados grupos raciais ou étnicos com mais freqüência do que outras’ e 78% reconhece que suporá maior carga para a polícia.
“Ainda, 70% considera provável que em conseqüência desta medida se reduzirá o número de residentes ilegais e a chegada de novos imigrantes ao país…”
Quinta-feira 6 de maio de 2010, sob a manchete “Arizona: Um morto pela fome com presunções”, foi publicado um artigo da jornalista Vicky Peláez na Argenpress, que começa recordando uma frase de Franklin D. Roosevelt: “Lembre-se, lembre-se sempre, que todos nós somos descendentes de imigrantes e revolucionários.”
É um documento tão bem elaborado que não quero concluir esta Reflexão sem inclui-lo.
“As marchas multitudinárias deste 1 de maio, em repúdio à nefasta lei antiimigrante aprovada no Arizona, estremeceram toda a América do Norte. Ao mesmo tempo, milhares de estadunidenses, políticos, juristas, artistas, organizações cívicas exigiram do governo federal declarar inconstitucional a lei SB1070 que tem semelhança com leis da Alemanha nazista ou da África do Sul, nos tempos do apartheid.
“Contudo, apesar da forte pressão contra a nefasta lei, nem o governo, nem 70 por cento dos habitantes desse Estado não querem aceitar a gravidade da situação que criaram para usar os indocumentados como culpados da severa crise econômica que estão atravessando. Entretanto, pedem dinheiro a Barack Obama para pagar 15 mil polícias, estão radicalizando sua política racista. A governadora Jan Brewer declarou que ‘a imigração ilegal implica o aumento do crime e o surgimento do terrorismo no Estado’.
“Igualar os indocumentados aos terroristas, autorizar a polícia a disparar contra pessoas só pela cor da pele, por sua vestimenta, pelo que levam nas mãos ou até pelaa forma de caminhar. Sem dúvida alguma, afetará também os 280,000 americanos nativos que vivem marginalizados e na extrema pobreza como a outras minorias, além dos hispânicos, que encontraram refúgio e trabalho nesta zona árida dos EE.UU.
“Seguindo o republicano, Pat Buchanan que diz: ‘Os Estados Unidos devem tornar mais forte a cruzada pela libertação da América do Norte das hordas bárbaras de esfomeados estrangeiros portadores de doenças exóticas’, a governadora Brewer, depois de arremeter contra jornaleiros indocumentados, operários da construção, empregadas domésticas, jardineiros, trabalhadores de limpeza, dirigiu a campanha contra os professores de origem hispânica.
“Conforme seu novo decreto, os professores com sotaque marcado não poderão ensinar nas escolas. Mas ali não conclui sua cruzada porque a ‘limpeza étnica’ em todos os tempos históricos sempre foi acompanhada da ideologia. A partir de agora os ‘estudos e projetos étnicos’ ficam abolidos nas escolas. Também proíbem o ensino de temas que possam promover ressentimento para com uma raça ou classe social. Isto implica politizar o conhecimento, convertendo os mitos criados pelo sistema norte-americano em realidade. Também significa desterrar os pensadores mais respeitados nos EUA, como Alexis de Tocqueville, o qual dizia, em 1835, que ‘o lugar onde um anglo-americano coloca sua bota fica para sempre como seu. A província de Texas ainda pertence aos mexicanos, mas dentro em breve não haverá um mexicano ali. E assim acontecerá com qualquer outro lugar’.”
“A única consciência dos racistas é o ódio e única arma para vencê-lo é a solidariedade dos homens. Este estado já foi vencido quando se negou a dar feriado o dia de Martín Luther King, o boicote foi sólido e contundente...”
Fidel Castro Ruz
7 de maio de 2010
18h15
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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

CAMISETAS E BRINDES


O articulista Fernando Rodrigues, da “Folha de São Paulo”, apesar de sua reconhecida competência, a pretexto de defender a liberdade de imprensa nas eleições, faz duras críticas a proibição de camisetas nas eleições estabelecidas pela Lei 9.504, considerando um retrocesso. Isto demonstra que muitos teóricos e acadêmicos, que jamais ousariam disputar uma eleição não conhece o Brasil desigual, que hoje ganha da Bolívia e Haiti, segundo a ONU. Diz o articulista, que nada mais legitimo do que as camisetas feitas artesanalmente por candidatos, no fundo de quintal, para que os candidatos divulguem seus nomes. Nada mais absurdo. No Brasil, as camisetas de divulgação eleitoral sempre serviram de vestimentas aos trabalhadores sofridos e injustiçados, que nos períodos eleitorais, ficavam de mãos estendidas nos Comitês na busca daquela ambicionada propaganda. Que vira uma blusa do cotidiano, do dia a dia, independentemente da ideologia, do partido, da “ficha do candidato”. Sempre foi um fábrica que serviu ao poder econômico nas eleições, facilitando o caixa dois e fabricadas industrialmente, enriquecendo ainda mais a industria das camisetas, que eram feitas confeccionadas aos milhares, servindo não a propaganda legítima, mas a compra escancarada de votos. É o famoso brinde pelo voto. Uma camiseta, um voto. a Lei citada, em meio ao atraso do Brasil, que elege ainda os candidatos aquinhoados pelo poder econômico, como sempre aconteceram nas eleições, por inexistência de uma verdadeira reforma política, que priorize idéias e não pessoas, picaretas de TV e até no futebol, que encontram na política, um meio de vida e de aumentarem seus já gordos vencimentos. Não têm caráter, não tem ideologia. A pátria é ambição desmedida, uns trocados a mais. Até o Partido Comunista do Brasil, abriga em seus quadros, gente como Netinho de Paula e o Partido dos Trabalhadores agasalha Frank Aguiar e outros, além das coligações espúrias, visíveis a olhos nu. O PSDB que nasceu em São Paulo, de uma dissidência com Quércia, hoje transita orgulhosamente com o que existe de pior do antigo PMDB, que virou um sigla fisiológica e que só tem tamanho é constitui-se linha auxiliar do governo Lula, no plano federal e linha auxiliar do Serrismo em São Paulo. Contando com o analfabetismo político do povo, o que importa é a eleição, o pós eleição, a divisão de cargos, o butim. Assim, caro Fernando Rodrigues, a Lei 9.504 é um dos poucos avanços da atrasada política brasileira, que veda a distribuição de brindes e camisetas. Mas os políticos brasileiros, já conseguiram um “jeitinho” de driblar a legislação eleitoral, alugam por mês, cabos eleitorais de luxo, nas periferias das grandes cidades e lideranças de cidade de menores e pagam por mês ou mediante cargos em comissão. E assim caminha o País.

04.0810
Antonio Calixto (advogado e professor)antoniocalixto@aasp.org.

CAIU DO CÉU

CAIU DO CÉU


A vida não explica
A biologia não explica
O tempo não explica
Você chegou
É como se tivesse existido sempre
De repente, toma conta da vida
Ontem, olhei para você
Cada dia mais brilhante e terna
De onde vem o sorriso
Esta pele de cor brilhante
Olhos de ternura
Sorriso de amor
Seu pai é moreno apressado
Sua mãe é morena complexa
Ambos belos, diferentes
E você tem um sorriso que afaga
Um sorriso que conquista
Um sorriso de paz
É impossível no limite do amor
Expressar a imensidão de um amor
Que não tem limites
É maior que a vida
É maior que o tempo
É uma estrelinha pequenina
Que ilumina o universo
De onde você vem ?


Para Saskia, agora com 9 meses – Ribeirão Preto, 04 de agosto 2.010

domingo, 1 de agosto de 2010

ODEIO OS INDIFERENTES

Gramsci


Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.
Antonio Gramsci

11 de Fevereiro de 1917

Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.

A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.

A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar.

A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso.

Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis.

Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.

A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes.

Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum gênero.

Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir.

Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.

Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.

Primeira Edição: La Città Futura, 11-2-1917
Origem da presente Transcrição: Texto retirado do livro Convite à Leitura de Gramsci"
Tradução: Pedro Celso Uchôa Cavalcanti.
Transcrição de: Alexandre Linares para o Marxists Internet Archive
HTML de: Fernando A. S. Araújo

Direitos de Reprodução: Marxists Internet Archive ( marxists.org ), 2005. A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License

Fonte: www.port.pravda.ru

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