sábado, 26 de março de 2011

FORÇAS ALIADAS ATACAM BAIRROS CIVIS EM TRÍPOLI


BERLIM, 23 de março. — Bombardeios da coalizão internacional que integram potências imperialistas sobre um bairro residencial citadino causaram hoje "um número importante de mortos civis", informou a agência oficial líbia Jana.
Embora não precisasse o número de óbitos, indicou que os aviões lançaram bombas contra objetivos civis em vários subúrbios de Trípoli.
A televisão estatal, por seu lado, assegurou que as tropas estrangeiras tomaram como alvo socorristas que estavam trabalhando para tirar os mortos e feridos de locais sinistrados pelos explosivos.
As operações dos comandos liderados pelos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha se concentraram em objetivos terrestres após afirmar ter neutralizado a aviação militar do país norte-africano.
Os aviões realizaram 97 operações nas últimas 24 horas, disse a porta-voz Beverly Mock no navio estadunidense Mount Whitney que coordena as atividades no Mediterrâneo, noticiou a ANSA.
Navios e submarinos estadunidenses e britânicos lançaram desde o início dos ataques 162 mísseis cruzeiro Tomahawk, 112 deles no sábado.
Em Bruxelas, informou-se que seis navios da OTAN já se encontram frente às costas líbias no mar Mediterrâneo para vigiar o embargo de armas decidido pela ONU, anunciou a aliança atlântica, segundo a AFP.
Dirigidas pelo vice-almirante Rinaldo Veri, com base no centro de operações da OTAN em Nápoles (Itália), as forças navais e aéreas estão encarregadas de interceptar e abordar todo navio "suspeitoso de transportar armas ou mercenários com origem ou destino Líbia".
Paralelamente, seis nações (Espanha, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Grécia, Itália e Turquia) ofereceram 16 navios para se somar à operação, segundo a Aliança.
No Cairo, onde se encontra de visita, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, declarou que não há "calendário" para o fim das operações da coalizão internacional na Líbia.
Desde Washington, a DPA referiu que a participação estadunidense na operação militar continua causando disputas internas nessa nação, informou o The Wall Street Journal.
Além disso, os custos da intervenção provocam críticas cada vez maiores. Os mísseis Tomahawk disparados até agora contra objetivos líbios estão avaliados em mais de US$100 milhões, um gasto assumido por um país que sofre uma alta dívida pública, disse o deputado republicano Ron Paul, de Texas.
Também dentro do partido democrata de Obama ouviram-se vozes discordantes com a missão, porque alguns consideram que o presidente deveria ter consultado o Congresso.
Em Belgrado, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, expressou "preocupação" pela "facilidade" com que os países ocidentais recorrem ao uso da força para "resolver as crises internacionais".
"Como se pode intervir em defesa da população civil adotando métodos que aumentam o número de vítimas?", disse Putin numa coletiva de imprensa. (Extraido de publicação do jornal Gramma)

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